Enfant

mercredi, mars 12, 2008

COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE




Direção: Alfonso Arau
Roteiro: Laura Esquivel
Produção: Alfonso Arau
Música Original: Leo Brouwer, Annette Fradera
Fotografia: Emmanuel Lubezki, Steven Bernstein
Edição: Carlos Bolado, Francisco Chiu
Design de Produção: Marco Antonio Arteaga, Denise Pizzini, Emilio Mendoza
Direção de Arte: Ricardo Kaplan
Figurino: Carlos Brown
Efeitos Especiais: Raul Falomir, Carlos Falomir, Eduardo Castañeda
Efeitos Visuais: Francisco Rodríguez, Manuel Sáinz
País: México
Gênero: Drama, Romance
Prêmios: Prêmios Ariel, México - Ariel de Ouro (Alfonso Arau)
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Direção
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Roteiro
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Cenário
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Design de Produção
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Fotografia
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Ator (Mario Iván Martínez)
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Atriz (Regina Torné)
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Atriz Coadjuvante (Claudette Maillé)
Prêmios Ariel, México - Ariel de Prata de Melhor Atriz em Papel Menor (Margarita Isabel)

Festival de Gramado - Prêmio da Platéia (Alfonso Arau)
Festival de Gramado - Kikito de Ouro de Melhor Atriz (Lumi Cavazos)
Festival de Gramado - Kikito de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Claudette Maillé)

Festival de Tóquio - Prêmio de Melhor Atriz (Lumi Cavazos)
Festival de Tóquio - Prêmio de Melhor Contribuição Artística (Emmanuel Lubezki e Steven Bernstein)

Indicações: Prêmios Ariel, México - Indicado ao Ariel de Prata de Melhor Edição, Melhor Atriz (Lumi Cavazos), Melhor Atriz Coadjuvante (Pilar Aranda) e Melhor Ator em Papel Menor (Joaquín Garrido)

Academia Britânica - Indicado ao Prêmio de Melhor Filme em Língua não Inglesa

Globo de Ouro - Indicado ao Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Prêmios Goya, Espanha - Indicado ao Goya de Melhor Filme Estrangeiro em Língua Espanhola)

Festival de Gramado - Indicado ao Kikito de Ouro de Melhor Filme Latino
Filme assistido em: 1993
Elenco
Ator / Atriz
Personagem
Marco Leonardi
Pedro Muzquiz
Lumi Cavazos
Tita
Regina Torné
Mamá Elena
Mario Iván Martínez
Dr. John Brown
Claudette Maillé
Gertrudis
Pilar Aranda
Chencha
Ada Carrasco
Nacha
Yareli Arizmendi
Rosaura
Joaquín Garrido
Sgt. Treviño
Farnesio de Bernal
Padre
Margarita Isabel
Paquita Lobo
Rodolfo Arias
Juan Alejándrez
Sandra Arau
Esperanza Muzquiz
Andrés García Jr.
Alex Brown
Regino Herrera
Nicolás
Genaro Aguirre
Rosalio
David Ostrosky
Juan de la Garza
Socorro Rodríguez
Amiga de Paquita
Edurne Ballesteros
Tita, adolescente
Gabriela Canudas
Rosaura, adolescente
Beatriz Elías
Gertrudis, adolescente


Sinopse
Mamá Elena, uma viúva, e suas três filhas, Rosaura, Gertrudis e Tita, vivem em sua fazenda no interior do México. Para manter a tradição da família, Tita, a mais nova das irmãs, é obrigada a renunciar a qualquer proposta de casamento, a fim de cuidar da mãe na velhice.
Quando Pedro Muzquiz e Tita se apaixonam, o pai dele procura pessoalmente Mamá Elena para tentar fazer com que ela abra mão da tradição familiar em benefício da felicidade dos dois jovens. Irredutível, ela oferece Rosaura, apenas dois anos mais velha que Tita, no lugar desta. Pedro pede ao pai que aceite a proposta, pois vê nela sua única oportunidade de ficar próximo da mulher que tanto ama.
Mamá Elena põe Tita como responsável pela cozinha da casa. No dia do casamento de Rosaura, toda a comida para a festa é, portanto, preparada por Tita. Durante o banquete do casamento, uma sensação de melancolia e frustração toma conta de todos, seguida de uma sessão de vômito coletivo. Os recém-casados passam três meses sem se tocarem.
Um ano depois, Pedro oferece um buquê de rosas à Tita pela passagem do 1º aniversário dela como responsável pela cozinha. Mamá Elena ordena que a filha o jogue fora, mas ela não a obedece e decide usar as pétalas das rosas em uma nova receita. Quando a refeição é servida, um estranho fenômeno ocorre: é como se o sangue de Tita tivesse sido dissolvido no molho de rosas e estivesse presente em cada aroma daquela refeição. Assim, ela consegue invadir o corpo de Pedro de forma voluptuosa e sensual, descobrindo uma nova forma de se comunicar com ele. Através dessa refeição, Gertrudis desperta para a sexualidade. Ela corre nua pelo campo, emitindo o aroma de rosas. Ao seu encontro, vem um revolucionário e os dois seguem juntos a cavalo.
Num dia em que a mãe e Pedro encontram-se fora, Tita vê-se obrigada a fazer o parto de sua irmã Rosaura. À noite, ela e Pedro se encontram fora de casa e se beijam.
Face à revolução mexicana, Mamá Elena pede para que Pedro, Rosaura e o filho vão morar em San Antonio, Texas, na casa de um primo. A criança morre.
A notícia da morte do sobrinho deixa Tita emocionalmente perturbada, o que faz com que ela seja enviada para uma Clínica em Eagle Pass. Sob os cuidados do jovem Dr. John Brown, este logo se apaixona por ela. Recuperada, ela não pretende mais pôr os pés na fazenda.
É quando toma conhecimento que um grupo de homens armados esteve lá, assassinou sua mãe e estuprou Chencha, uma das criadas da fazenda. Durante o enterro de Mamá Elena, Pedro e Tita voltam a se encontrar. Na oportunidade, Rosaura passa mal, sendo submetida à uma cesariana pelo Dr. Brown, quando nasce uma menina que vem a se chamar Esperanza. O médico pede a mão de Tita em casamento, mas essa insiste em que ama outro homem. À noite, Pedro a procura em seu quarto.
Gertrudis, agora uma revolucionária, visita a família em companhia do marido, Juan Alejándrez. Tita diz à irmã que se acha grávida de Pedro. Esta lhe dá forças para que assuma seu amor por ele, mas a jovem vive atormentada pelas freqüentes visões que tem da mãe, sempre a amaldiçoá-la.
Ao descobrir que a mãe tivera uma filha ilegítima, Gertrudis, Tita aproveita esse fato para despejar todo seu ódio contra ela, quando de uma de suas visões. Com essa atitude, consegue espantar seu fantasma para sempre e ficar livre de sua gravidez psicológica.
Vinte e dois anos depois, quando do casamento de Esperanza com o filho do Dr. Brown, o agora viúvo Pedro pede para que Tita se case finalmente com ele. Depois que os noivos partem em lua-de-mel e os convidados deixam a fazenda, Pedro e Tita iniciam uma linda noite de amor. Durante o ato sexual, entretanto, não suportando tanta emoção, Pedro morre em seus braços. Inconformada, Tita provoca sua própria morte, através de uma autocombustão que se alastra por toda a casa.
Ao retornar de sua lua-de-mel, tudo o que Esperanza encontra sob os escombros do casarão da fazenda é o livro de receitas que Tita deixara para ela.
...
Críticas
"Como Água Para Chocolate" é um excelente filme mexicano. Produzido e dirigido pelo cineasta Alfonso Arau, a trama fala de um amor incompreendido, onde os protagonistas não têm outra forma de comunicação que não seja através da comida por ela preparada.
Laura Esquivel, uma das mais populares escritoras mexicanas e esposa de Arau, é a responsável pela adaptação de seu próprio romance para as telas do cinema.
"Como Água Para Chocolate" é um filme sobre o amor, a tradição, a paixão, a magia e o misticismo. A cozinha transforma-se num espaço de criação e liberdade, onde Tita transmite todo seu amor e seus desejos através de suas receitas e seus pratos. O filme procura mostrar, ainda, a condição da mulher mexicana da época, bem como, acontecimentos políticos como a Revolução Mexicana.
Além dos magníficos trabalhos realizados por Arau e Esquivel, "Como Água Para Chocolate" nos brinda ainda com a magnífica fotografia de Emmanuel Lubezki e Steven Bernstein, bem como, com um elenco de primeira linha, onde se destacam as atuações de Regina Torné, Lumi Cavazos e Claudette Maillé.

mardi, mars 11, 2008

Os sofrimentos do Jovem Werther

“Queixamo-nos muitas vezes de que temos tão poucos dias bons e tantos dias maus, e parece-me que na maior parte delas nos queixamos sem razão. Se o nosso coração estivesse sempre aberto para gozar o bem que Deus nos manda todos os dias, teríamos força mais do que suficiente para suportar o mal quando ele aparece.

(...) dá-se com o mau humor o mesmo que com a preguiça. Ele é, inclusive, uma espécie de preguiça. Nossa natureza é propensa à indolência, mas quando fazemos um esforço para livrar-nos dela, o trabalho fica mole e encontramos no labor um verdadeiro prazer.

(...) Prega-se contra tantos vícios, mas não me consta que alguém se tenha ocupado do mau humor no púlpito.

(...) Dissestes que o mau humor é um vício; e isso me parece ser exagero.

Nada disso. E olha que sou ameno e não sei se merece tal nome algo com o que causamos tanto dano a nós mesmos e ao próximo. Não basta o fato de não podermos nos tornar mutuamente felizes? Temos ainda de nos privar um ao outro do prazer que cada qual pode gozar no íntimo do seu coração? Citai-me um só homem que, adoecendo de mau humor, seja não obstante, bravo o suficiente para dissimulá-lo, guardá-lo só para si, sem acabar com a festa dos que o rodeiam! Não será o mau humor muito antes uma insatisfação íntima com a nossa própria indignidade, um descontentamento com nós mesmo, que sempre vem atado a uma inveja, fomentada por uma vaidade insana? Vemos homens felizes cuja felicidade não é obra nossa e isso nos resulta insuportável. (...) Desgraçados aqueles que servem do poder que têm sobre um coração para lhes roubar as inocentes alegrias que brotam dele espontaneamente! Não há presente nem atenção no mundo que bastem para compensar um momento de prazer em si mesmo, envenenado pelo despeito invejoso de um tirano!”

GOETHE, Os sofrimentos do Jovem Werther, pp 50.

Na Cafeteria


Sobre a mesa, uma pasta, uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comeria inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos. E quatro mãos que matavam a saudade. - Um dia, casa comigo? - Caso.

PS: Porque de vez em quando a poesia não está nas linhas, entrelinhas, reticências, letras do Djavan, na voz da Marisa. De vez em quando a poesia habita dois corações. E apenas dois corações sabem do que são capazes. (Natália Anson Lima - Na Cafeteria)