Enfant

dimanche, janvier 10, 2010

Salvador - Salvador Puig Antich








título original:Salvador
duração:02 hs 14 min
ano de lançamento:2006
site oficial:http://www.salvadorfilm.com/

A história real do militante, assaltante de bancos e anarquista Salvador Puig Antich (Daniel Brühl), integrante do grupo Movimiento Ibérico de Liberación, cuja execução em 1974, a última realizada na Espanha com o método do garrote, instalou uma polêmica que ajudou a decretar o fim da ditadura franquista e o retorno da democracia ao país.

Salvador Puig Antich foi militante político e assaltante de bancos em plena ditadura de Franco. Delatado por um integrante de seu grupo, Salvador sobreviveu à emboscada na qual foi capturado, apesar de ter recebido vários tiros. Na luta matou também dois policiais. Encarcerado, passa a contar com a ajuda de um advogado ligado a seu grupo, que tenta livrá-lo da prisão ou, na pior das hipóteses, evitar sua pena de morte. Todo filme que busca abordar a vida de uma personalidade é um pouco didático. "Salvador" não foge disto e cumpre bem esta função. Um pouco mais da metade do filme é usada para apresentar quem é Salvador, seus ideais de vida, como é seu grupo e os assaltos que realizam, a perseguição que sofre, sua vida na prisão. O restante é usado para mostrar a preparação para a pena de morte, que é quando o filme cresce bastante. A espera chega a ser angustiante, pois é mostrada passo a passo: a luta nos tribunais, a tentativa de conseguir o perdão, a visita das irmãs, a espera até o momento de se encaminhar ao local onde será morto, a ida propriamente e, enfim, a morte.

Vale destacar também a boa atuação de Daniel Brühl. A desenvoltura no espanhol chama a atenção, principalmente pelos seus filmes anteriores que chegaram ao Brasil serem em alemão, mas a verdade é que esta é apenas uma nova face exibida pelo ator. Brühl é espanhol de nascimento, mas antes de "Salvador" não havia atuado em filmes de seu país-natal.

Biografia
Família
Filho de uma família de trabalhadores da classe média, Salvador era o terceiro de seis irmãos. Seu pai, Joaquim Puig, tinha sido militante na organização Ação Catalã durante a Segunda República. Exilado na França no campo de refugiados de Argelès, foi condenado a morte quando retornou à Catalunha, recebendo um indulto no último momento.

Juventude
O jovem Salvador começou a estudar no colégio La Salle Bonanova até ser expulso por indisciplina. A partir dos dezesseis anos conciliava o trabalho em uma oficina com os estudos noturnos no Instituto Maragall, onde tornou-se amigo de Xavier Garriga e dos irmãos Solé Sugranyes (Oriol e Ignasi), todos eles futuros companheiros do MIL (Movimento Ibérico de Libertação).

Início da militância
Os episódios do Maio francês de 1968 e a morte do estudante Enrique Ruano na Direção Geral de Segurança em 1969 foram decisivos para que Puig Antich decidisse envolver-se na luta contra a ditadura franquista. Sua primeira militância se deu nas Comissões Trabalhadoras tomando parte na Comissão de Estudantes do Instituto Maragall, prontamente revolucionando esta organização com base nas teorias anarquistas que rechaçavam qualquer forma de vanguardismo e hierarquia dentro das organizações políticas e sindicais na luta da classe trabalhadora em favor da sua emancipação.

Universidade, serviço militar e incorporação ao MIL
Depois de ingressar na universade no curso de Ciências Econômicas, faz o serviço militar em Ibiza, onde trabalha na enfermaria do quartel. Uma vez licenciado, incorpora-se à nova organização MIL, integrando seu braço armado. Participa das ações do grupo (geralmente assaltos a bancos) como motorista. Os recursos levantados através dos assaltos são destinados ao financiamento de publicações clandestinas do grupo e também para ajudar as famílias des grevistas e trabalhadores detidos.

Puig Antich e seus companheiros se movem com facilidade no mundo da luta clandestina, viajavando pelo sul da França onde se relacionam com velhos militantes cenetistas.
Em agosto de 1973, o grupo se reune na França para celebrar o Congresso de Autodissolução do MIL. No mês seguinte, após um assalto ao escritório da Caixa em Bellver de Cerdanya tem início uma forte ofensiva policial contra os militantes do MIL.

Primeiro são presos Oriol Solé Sugranyes e Josep Lluís Pons Llobet, e, em seguida Santi Soler que, detido, interrogado e torturado, acaba por entregar os pontos de encontro clandestino dos seus companheiros. O próprio Santi Soler será utilizado como isca pela polícia para deter a Xavier Garriga e Salvador Puig Antich. A operação, cuidadosamente preparada, foi efetivada em 25 de setembro de 1973 em Barcelona. Os dois anarquistas são detidos e, junto ao porta do número 70 da rúa Girona, tem lugar um tiroteio no qual Puig Antich acaba ferido e um jovem guarda civil Francisco Anguas Barragán é morto.

Prisão e execução
Puig Antich é então encarcerado e acusado de ser o autor dos disparos que causaram a morte de Anguas Barragán, e posteriormente julgado no conselho de guerra e condenado a morte por um régime com sede de vingança pelo atentado contra a vida de Carrero Blanco. Por toda a Europa são organizadas manifestações pedindo a comutação da pena capital, mas Franco se mantém firme e não concede o indulto. Em uma cela da Cadeia Modelo de Barcelona em 2 de Março de 1974 às 9:40 horas da manhã, Salvador Puig Antich é a última pessoa da história da Espanha a ser executado pelo garrote vil.

Cinema, literatura e música
Em 2001, o jornalista catalão Francesc Escribano escreveu o libro Cuenta atrás. La historia de Salvador Puig Antich, no qual se propõe contar os fatos que levaram à execução de Puig Antich. Em Setembro de 2006, com um roteiro baseado no livro de Escribano, estréia o filme espanhol Salvador, protagonizado por Daniel Brühl e dirigido por Manuel Huerga.

Tanto o livro como o filme têm recebido fortes críticas por parte de antigos militantes do MIL, companheiros de militância de Salvador, que afirmam que ambos esvaziam de conteúdo político o personagem de Puig Antich, ao mesmo tempo em que dignificam falsamente as imagens de seu carcereiro, Jesús Irurre, do juiz militar que o condenou e dos membros da Brigada Político-Social da polícia franquista.
O cantor Joan Isaac compôs a música "A Margalida" em homenagem a Puig Antich; Lluís Llach também dedicou a canção "I si canto trist" a sua memória, presente na trilha sonora do filme Salvador.

Libellés :