Enfant

samedi, janvier 09, 2010

Jordi Savall












Para quem ama Jordi Savall como eu, segue:

Jordi Savall representa um caso excepcional no panorama da música actual. Há mais de trinta anos que dá conhecer ao mundo maravilhas musicais abandonadas na obscuridade e na indiferença: há trinta anos que as investiga, as lê e as interpreta com a sua viola da gamba ou como director. Todo um repertório essencial é devolvido a todos os que o quiserem ouvir.

Um instrumento, a viola da gamba, de um refinamento para além do qual somente havia o silêncio, com excepção dos «happy few» (círculo íntimo) que o reverenciavam. Mas com três grupos musicais como Hespèrion XXI, La Capella Reial de Catalunya e Le Concert des Nations, fundados juntamente com Montserrat Figueras, Jordi Savall explora e cria um universo de emoções e beleza, projectando-o ao mundo e a milhões de amantes da música, dando assim a conhecer a viola da gamba e as músicas esquecidas, acreditando-se assim como um dos principais defensores da música antiga.
Jordi Savall é uma das personalidades musicais mais polivalentes da sua geração. As suas actividades como concertista, pedagogo, investigador e criador de novos projectos, tanto musicais como culturais, situam-no entre os principais artífices da actual revalorização da música histórica. Com a sua fundamental participação no filme de Alain Corneau Tous les Matins du Monde (César para a melhor banda sonora), a sua intensa actividade concertística (140 concertos por ano), discográfica (seis gravações anuais) e recentemente com a criação de Alia Vox - a sua própria etiqueta editorial - vem demonstrando que a música antiga não tem que ser necessariamente elitista e que pode interessar, em todo o mundo, a um público cada vez mais jovem e mais numeroso.Como tantos músicos, Jordi Savall iniciou com seis anos a sua formação musical. Começou a cantar no coro infantil de Igualada (Barcelona), a sua cidade natal, e complementou os seus estudos musicais com a carreira de violoncelo que finalizou no Conservatório de Barcelona (1964).
Em 1965 iniciou, como autodidacta, o estudo da viola da gamba e da música antiga (Ars Musicae) aperfeiçoando a sua formação, a partir de 1968, na Schola Cantorum Basiliensis (Suíça), onde sucedeu ao seu mestre, August Wenzinger, em 1973, e com a qual continua a colaborar orientando cursos de aperfeiçoamento.
Jordi Savall gravou mais de 170 discos. Entre as distinções recebidas destacam-se: «Officier de l’Ordre des Arts et Lettres» (1988), «Creu de Sant Jordi» (1990), «Músico do Ano» pela revista Le Monde de la Musique (1992) e «Solista do Ano» nos Victoires de la Musique (1993), Medalha de Ouro das Belas Artes (1998), Membro Honorário do Konzerthaus de Viena (1999), Doutor Honoris Causa pela Universidade Católica de Lovaina (2000) e pela Universidade de Barcelona (2006), Victoire de la Musique pela sua carreira profissional (2002) e, em 2003, a Medalha de Ouro do Parlamento da Catalunha, Prémio Honorífico da Deustchen Schallplattenkritik e vários «Midem Classical Awards» (1999, 2000, 2003, 2004 e 2005); na edição de 2006, o álbum Don Quijote de la Mancha: Romances y Músicas foi não só galardoado na categoria de «Música Antiga», mas foi também eleito «Disco do Ano 2006». O mesmo álbum foi ainda nomeado para os prémios Grammy em 2006, em Los Angeles. No seu livro-disco Christophorus Columbus: Los paraísos perdidos (2006), Jordi Savall apresenta uma combinação de fontes históricas e musicais do século XV hispânico, um novo exemplo de recuperação total do antigo e rico património, tanto musical como textual, da península Ibérica e do Novo Mundo.
No álbum Lachrimae Caravaggio unem-se, de forma inovadora, literatura, música e pintura, num CD dedicado a este genial e desventurado pintor; sete lágrimas e sete estrofes, com música da época e de Jordi Savall, são o contraponto musical, à semelhança de uma «banda sonora imaginária», à sua vida, ao mesmo tempo que sete das suas últimas pinturas são comentadas pelo escritor Dominique Fernandez.

Libellés : , , , , , , , , ,