Enfant

dimanche, octobre 25, 2009

Valsa com Bashir - Ari Folman







Imagine um documentário daqueles bem pessoais sobre memórias de guerra. Um diretor tentando recuperar fragmentos perdidos de suas lembranças quando lutou no exército israelense durante a Guerra do Líbano nos anos 80, e que sai procurando seus velhos colegas de guerra para entrevistas cheias de remorso e catarse.

Documentário é a única animação em competição neste ano em Cannes. Agora, imagine tudo isso em forma de animação, com todas as cenas psicodélicas e delirantes a que se tem direito, a exmplo de um homem que navega no ventre de uma mulher gigante em pleno mar, como se pilotasse um golfinho. Eis "Valsa com Bashir", do israelense Ari Folman, única animação em competição neste ano no Festival de Cannes. Todos no festival lembram de "Persépolis", a animação da franco-iraniana Marjane Satrapi que ganhou o prêmio do júri no ano passado. Satrapi também contava suas memórias em forma de desenho animado, mas com um traco mais leve, e em episódios cheios de humor.

"Bashir" é mais pesado. Põe o dedo na ferida, narrando episódios de guerra nunca antes relatados. Na coletiva, o diretor contou que a animação foi uma escolha natural, a que melhor auxiliaria no processo de revirar o baú do passado, e ajudaria a atrair para o filme um público jovem que sabe pouco sobre essa guerra, tanto em Israel como no resto do mundo. No final do filme, um choque: algumas seqüências reais, imagens de arquivo, que acordam para a realidade. "Essas imagens eram importantes para lembrar que o assunto é serio, que não estou apenas fazendo um filme 'cool' sobre a guerra".


A originalidade de Folman impressionou os críticos e, a julgar pela importância dos temas políticos anunciada por Sean Penn.

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